Páginas

sábado, 16 de abril de 2011

Real Madrid x Barcelona: Nunca um clássico foi tão gigante

Reúna a seleção campeã da Europa e do mundo e divida seus jogadores em duas equipes. Pegue os dois melhores jogadores do planeta e coloque um em cada time. Complete as escalações com uma constelação de craques recrutados nos melhores campeonatos nacionais. Acrescente quase um século de história e tempere com uma rivalidade figadal, que ultrapassa as linhas do gramado e alcança até a esfera política. Dessa receita resulta o maior clássico do futebol mundial em todos os tempos. Em outras épocas, o jogo já teve mais ídolos e mais glórias. Mas nunca se viu um duelo tão espetacular entre dois clubes quanto o atual confronto entre Real Madrid e Barcelona.



Nos embates entre agremiações de um mesmo país, alguns clássicos marcaram época, colocando frente a frente supertimes repletos de astros. No Brasil, por exemplo, as partidas entre Santos e Botafogo nos anos 1960 tinham Pelé comandando os paulistas e Garrincha à frente dos cariocas. Nunca houve, porém, uma história de grande inimizade entre os dois clubes alvinegros. Inter x Milan, Manchester United x Liverpool e Boca x River também tiveram períodos de grande brilho em suas históricas rivalidades. Nada que se aproximasse, no entanto, do tamanho e do peso do superduelo do riquíssimo Real de Cristiano Ronaldo contra o igualmente milionário Barça de Lionel Messi.
No gramado, o superclássico espanhol reúne, além do português e do argentino - indiscutivelmente os melhores do mundo na atualidade -, os heróis da seleção que conquistou a Copa de 2010, na África do Sul. De um lado estão Casillas, Ramos e Alonso; do outro, Piqué, Puyol, Busquets, Xavi, Iniesta e Villa. Jogadores como Kaká, Benzema, Di María, Daniel Alves e Mascherano completam os elencos estrelados. Com tantos ídolos, o duelo ganha projeção internacional - torcedores espalhados por dezenas de países acompanharão os quatro confrontos entre as equipes num intervalo de apenas dezoito dias. Real e Barça têm fãs - e consumidores de seus produtos - no mundo inteiro.
Bilionários - Com tantos torcedores dentro e fora da Espanha, os clubes lideram o ranking das equipes mais valiosas do planeta. Na lista divulgada em fevereiro pela consultoria Deloitte, o Real tornou-se o campeão pelo sexto ano consecutivo, com receita equivalente a 1 bilhão de reais na última temporada. O Barcelona fica logo atrás, com receita de 910 milhões de reais. O clube brasileiro que mais arrecadou em 2010, o Corinthians, não chegou nem aos 60 milhões na temporada. Com tanto dinheiro em caixa, Real e Barça também batem recordes de salários. Messi é foi o jogador mais bem pago do mundo em 2010, com 31 milhões de euros. Cristiano Ronaldo, claro, foi o segundo: 27,5 milhões.
Não por coincidência, os dois arquirrivais dominam as listas recentes de melhores do mundo. Nos últimos dois anos, só jogadores em atividade pelo Real e pelo Barça foram indicados ao prêmio anual da Fifa (Messi foi o ganhador dos dois). Na seleção de melhores do ano da FIFPro, a associação mundial dos jogadores da Fifa, nada menos que oito dos onze integrantes do "time dos sonhos" de 2010 estão no superclássico espanhol. É muito difícil imaginar que essa conjunção de raros fatores possa voltar a se repetir um dia. Por tudo isso, assistir a qualquer um dos quatro jogos das próximas semanas significa acompanhar a história do futebol sendo escrita - em branco, azul e grená.

Fonte: Veja.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário